quarta-feira, setembro 21, 2005

Um aparte

Confesso que depois de uma curtíssima visita a uma amiga, que só tem seis anos e que já perdeu um rim, e luta agora não só para não perder o outro mas luta contra a morte, verifico cada vez mais que este mundo é cheio de injustiças…

Mas atenção! que as injustiças não são as injustiças do além! não, são as injustiças do nosso país. Como é que, é possível um pai que ganha pouco mais que setecentos euros e uma mãe que teve de deixar de trabalhar para acompanhar a filha, pode pagar por exemplo; um conjunto de injecções que faz parte do tratamento juntamente com a quimioterapia de 450 euros que o estado não comparticipa?

Será que o estado não consegue perante tanto desperdício de verbas mal aplicadas ter um pouco de coragem, e ajudar aqueles que perante tanto sofrimento não tem qualquer esperança e perante o que é prioritário fazer escolhas acertadas e justas?

Se o estado diminuir as milionárias reformas ou benefícios de elite que dá aqueles que exercem ou exerceram na coisa publica, ou melhor se o estado parar por um ano que seja, aplicação de uma qualquer verba para um qualquer festim, e são tantos aqueles que se fazem por esse pais fora sem qualquer significado, já viram não quantas vidas se poupariam, mas quantos sorrisos se rasgavam perante tanto pessimismo e depressão em que o pais está mergulhado.

Isto não é ser demagógico, nem populista, ser demagógico ou populista é qualquer ” ser importante” deste país dizer a frase do senhor Kenedy que diz:
“Não perguntem à América o que ela pode fazer por vós, mas o que vós podeis fazer pela América”, meus caros se cada um cumprir com as suas obrigações primárias o mundo fica melhor e é aqui que o estado tem que ser o exemplo e o garante para que a partir dai todos nós façamos melhor.


Claro que é fácil dizer que o sofrimento de cada um é o que é, e há injustiças, e que isto é mesmo assim… meus caros estes comentários são dos conformistas dos tecnocratas dos que vivem à sombra de feituras de teses que em nada contribuem para a melhoria da nossa sociedade.

Eu como participante activo da feitura diária da cidadania, e que dificilmente algo me impressiona, com este pequeno caso confesso que fiquei de rastos.

Quem me conhece sabe que não sou de ficar calado ou indiferente, é por isso que cada vez mais acho que a politica precisa é de homens e mulheres corajosas do que meramente inteligentes. (noutros artigos explicarei com mais pormenor esta tese se calhar nem tese chega a ser)

Jaime Resende

2 comentários:

AM disse...

"Quem me conhece sabe que não sou de ficar calado ou indiferente, é por isso que cada vez mais acho que a politica precisa é de homens e mulheres corajosas do que meramente inteligentes. (noutros artigos explicarei com mais pormenor esta tese se calhar nem tese chega a ser)"

E eu, que não conheço, assino por baixo. (venham de lá essas teses, que, pelo começo, prometem).

Um abraço
AMNM

Teófilo M. disse...

Infelizmente esse é o B-A BÁ dos nossos dias.

O estado, que nem tem culpa, pois é uma entidade sem rosto, é que paga as favas, quando deveriam pagá-las os médicos e demais intervenientes na saúde que não divulgam estas questões nos locais próprios.

Façam abaixo-assinados, reclamem para o ministro da saúde, mas façam-no já, para ainda irmos a tempo.